1. Quando Moisés orou.
“Prostrei-me, pois, perante o SENHOR, e, quarenta dias e quarenta noites, estive prostrado; porquanto o SENHOR dissera que vos queria destruir.” (Dt 9.25).
Este texto reflete a intensidade com que Moisés precisou perseverar, lutar, mesmo, diante de Deus em oração. O que mostro é que a vida de oração, em grande intensidade, é a característica mais unânime na vida dos grandes servos e servas de Deus. Moisés foi, antes de tudo, um intercessor, a ponto de conseguir mudar os propósitos de Deus (cf. Ex 22.10-14). Foi, também, um lutador em oração; a luta de Israel contra Amaleque é uma ilustração disso: “Quando Moisés levantava a mão, Israel prevalecia; quando, porém, ele abaixava a mão, prevalecia Amaleque.” (Ex 17.11).
2. Quando Elias orou.
Elias se tornou, como Moisés, paradigma de profeta, a ponto de ser constituído como o profeta precursor do Messias, a voz do que clama no deserto (cf. Mc 1.2-4); mas, em sua vida ministerial, o que mais fortemente ficou na tradição foi sua vida de oração. Isso é tão visível que um dos últimos textos do Novo Testamento, a carta de Tiago, recorda isso, usando o exemplo de Elias como homem de oração incessante. “Elias era homem semelhante a nós, sujeito aos mesmos sentimentos, e orou, com instância, para que não chovesse sobre a terra, e, por três anos e seis meses, não choveu. E orou, de novo, e o céu deu chuva, e a terra fez germinar seus frutos.” (Tg 5.17-18). Sua grande vitória contra Acabe e Jezabel é fruto de um desafio de oração. “Oraram” os profetas de Baal, e orou Elias, e a resposta veio (cf. 1 Rs 18.36-37).
3. Quando Jesus orou.
“Naqueles dias, retirou-se para o monte, a fim de orar, e passou a noite orando a Deus.” (Lc 6.12).
Como vemos, o Filho de Deus, nosso Salvador, sendo plenamente Deus, não deixou de orar um instante de seu ministério. Além disso, ensinou a orar (cf. Lc 11.1-4), sublinhando o dever de orar sempre (cf. Lc 18.1-8). Deixou claro que certas dificuldades, como manifestações demoníacas, só serão resolvidas com jejum e oração, o que é uma grande luta espiritual (cf. Mt 17.9-21).
Por fim, Jesus, conforme Mateus 26.36-46, vive a grande tensão dos momentos que antecedem sua prisão, morte e ressurreição, e, mesmo sendo o Messias, o Filho de Deus, vive-a em oração, deixando-nos os sábios conselhos: “Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; o espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca. Tornando a retirar-se, orou de novo, dizendo: Meu Pai, se não é possível passar de mim este cálice sem que eu o beba, faça-se a tua vontade.” (Mt 26.41-42).
4. Quando Paulo orou.
A vida missionária do Apóstolo Paulo foi uma constante de oração, disciplina que aprendeu antes de sua conversão a Cristo, isso porque fora um fariseu, seita judaica de um rigor e práticas religiosas intensas, entre elas, a oração. Tão logo se encontra com Cristo, junto às portas de Damasco, ficando cego, é notório que entrou ele em jejum e oração: “Então, se levantou Saulo da terra e, abrindo os olhos, nada podia ver. E, guiando-o pela mão, levaram-no para Damasco. Esteve três dias sem ver, durante os quais nada comeu, nem bebeu.” (At 9.8-9). Seu ministério se inicia em Antioquia, em meio a uma vigília de oração, por palavra dada pelo Espírito, que separou a ele e a Barnabé para a obra missionária (cf. At 13.1-3). Sua prática missionária vai sendo marcada por jejum e oração: “E, promovendo-lhes, em cada igreja, a eleição de presbíteros, depois de orar com jejuns, os encomendaram ao Senhor em quem haviam crido.” (At 14.23).
Em seqüência, é notória a importância que dá à oração, em suas cartas. Em alguns momentos, transcreve orações pela Igreja, como na carta aos Efésios: “Por esta causa, me ponho de joelhos diante do Pai, de quem toma o nome toda família, tanto no céu como sobre a terra, para que, segundo a riqueza da sua glória, vos conceda que sejais fortalecidos com poder, mediante o seu Espírito no homem interior; e, assim, habite Cristo no vosso coração, pela fé, estando vós arraigados e alicerçados em amor, a fim de poderdes compreender, com todos os santos, qual é a largura, e o comprimento, e a altura, e a profundidade, e conhecer o amor de Cristo, que excede todo entendimento, para que sejais tomados de toda a plenitude de Deus.” (Ef 3.14-19).
5. Quando Wesley orou.
Trechos do Diário de João Wesley:
Sexta-feira, 10 de julho de 1767
Observamos hoje como dia de jejum e oração. Foi na ocasião da nossa última reunião que Deus respondeu às nossas orações. Parecia que as janelas do céu foram abertas; o Espírito da graça e súplica foi derramado. Muitos ficaram cheios de consolação; e muitos que estavam tíbios na fé resolveram continuar na carreira cristã.
Sexta-feira, 9 de julho de 1768
Observamos hoje como dia de jejum e oração; foi dia de grandes bênçãos para muitas pessoas que não cessaram de clamar a Deus, enquanto não foram atendidas; e Deus lhes transbordou o coração de alegria.
Terça-feira, 21 de julho de 1767
Na quarta-feira e na quinta, realizamos nossa pequena conferência em Dublin. Sexta-feira, observamos como dia de jejum e oração, e findamos o dia com um culto de vigília, o mais solene de que me lembro ter havido neste reino. Senti grande cansaço entre sete e oito horas, mas menos e menos à proporção que o culto se prolongava. No fim do culto, que se deu lá pela meia-noite, eu me sentia menos cansado do que às seis horas da manhã.
6. Quando os missionários oram.
Deixem-me reproduzir um dos muitos testemunhos de resposta de oração por intercessores de missionários.
“Durante o levante Mau Mau, no Quênia, no ano de 1960, os missionários Matt e Lora Higgebs voltavam, certa noite, para Nairobi, em pleno território Mau Mau, onde tanto os habitantes locais como missionários haviam sido mortos e desmembrados. A 17 milhas de Nairobi, o jipe deles parou. Higgens tentou consertar o carro no escuro, mas não conseguiu dar partida no motor. Eles passaram a noite ali, mas reivindicaram a mensagem do Salmo 4.8: “Em paz me deito e logo pego no sono, porque, SENHOR, só tu me fazes repousar seguro.” De manhã, conseguiram consertar o carro.
Poucas semanas depois, os Higgens voltaram para os Estados Unidos em férias. Eles contaram que, na véspera de sua partida de Nairobi, um pastor local os visitou, informando que um membro dos Mau Mau confessara que ele e três outros haviam se aproximado do carro para matar os Higgens, mas, quando viram dezesseis homens rodeando o veículo, os Mau Mau foram embora com medo. “Dezesseis homens?” Higgens respondeu, “Não sei do que está falando!”
Enquanto estavam de férias, um amigo, Clay Brent, perguntou aos Higgens se haviam estado em perigo recentemente. Higgens indagou: “Por quê?” Clay disse, então, que a 23 de março, Deus colocara um pesado fardo de oração em seu íntimo. Ele chamara os homens da igreja e dezesseis deles se reuniram e oraram até que o peso desapareceu. Será que Deus enviou os dezesseis anjos para representar esses homens e reforçar suas orações?
O céu irá revelar muitos registros maravilhosos de como Deus usou fardos especiais de oração para avançar a sua causa e proteger o seu povo.”
(Livro: Toque o Mundo através da Oração)
7. E nós, hoje? O quanto temos orado?
Dar resposta a estas perguntas é o nosso objetivo na convocação à oração que fizemos a todas as igrejas e pastores/pastoras.
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