Poder para servir

Atos 6

Introdução

Iniciamos hoje uma série de mensagens sobre a pessoa e o trabalho do Espírito Santo de acordo com os ensinos das Escrituras. A última mensagem será no dia 04 de junho, quando celebraremos o dia de Pentecostes.
Durante o mês de maio a igreja será informada também sobre o trabalho que é feito pelo Ministério de Ação Social e Diaconia. Por isso, na primeira mensagem, vamos focalizar o trabalho de sete cristãos que exerceram serviram às mesas (diaconia) no poder do Espírito Santo. Dentre eles, destacamos Estevão, que é modelo de um cristão cheio de fé e do Espírito Santo a serviço de Deus.
Quando cremos em Jesus, recebemos o dom do Espírito Santo (Atos 2.37-39; Efésios 1.13). Esse dom é a todos os crentes (Atos 2.17-18; 1 Coríntios 12.13). Por outro lado, quando recebemos o Espírito Santo, recebemos poder para servir ( Atos 1.8). O poder do Espírito não é para o nosso deleite ou para nos dar posição, status. Ele é dado para servir.
A essência do ministério de todos os crentes é levar pessoas a Cristo por obras, palavras, prodígios e sinais, pelo poder do Espírito Santo (Romanos 15.18-19). Podemos aprender como fazer isto com Estevão que não era apóstolo nem profeta nem evangelista nem pastor nem mestre. Era um simples diácono, palavra grega que significa servo, servente, serviçal ou garçon. Nele, podemos ver como o poder do Espírito Santo nos capacita para servir. Quando refletirmos sobre os dons espirituais nesta série de mensagens, veremos que são praticamente ilimitadas as formas de servir no poder do Espírito Santo. Para hoje, bastam as lições que vamos aprender com a experiência de Estevão.

I – PODER PARA SERVIR OS IRMÃOS NECESSITADOS

A fonte do poder para servir os necessitados é o Espírito Santo. As pessoas encarregadas deste trabalho (Atos 6.3) deviam ter três requisitos: (a) conceituadas na comunidade; (b) sábias (cheias de sabedoria) e espirituais (cheias do Espírito Santo). Servir os necessitados é função de toda a igreja. Essas pessoas coordenavam esse trabalho e para isto receberam delegação de autoridade pela imposição das mãos dos apóstolos (Atos 6.6). O texto destaca dentre eles a Estevão como “homem cheio de fé e do Espírito Santo” (Atos 6.5)
Estevão e seus companheiros eram agentes da justiça social na igreja (Atos 6.1). Os apóstolos deviam priorizar a oração e a ministração da Palavra de Deus. Os recursos do Fundo formado por ofertas espontâneas (Atos 4.33-35) deviam ser administrados com justiça, sem discriminação. A Bíblia mostra como Deus tem cuidado especial das viúvas, dos órfãos, dos estrangeiros e dos pobres. Deus age através de nós para assisti-los (Salmo 146.7-9). O testemunho dos cristãos primitivos é eloqüente. Não havia quem tinha demais nem quem tinha de menos. Havia justiça social praticada espontaneamente (Atos 2.44-45; 2 Coríntios 8.12-15). Para viver assim, todos os crentes devem estar cheios do Espírito Santo, liderados por irmãos que agem no poder do Espírito para que haja justiça e paz.
Os princípios praticados no Novo Testamento revelam a vontade de Deus para todas as pessoas. Vivendo esses princípios, somos uma amostra, na Sociedade, do Reino de Deus. Isto atrai todos os famintos e sedentos de justiça. Assim, construímos o Reino de Deus na História, enquanto aguardamos a sua consumação.

II – O PODER PARA REALIZAR PRODÍGIOS E SINAIS

Deus age através de pessoas comuns como Estevão (Atos 6.8). Ele “fazia prodígios e grandes sinais ENTRE O POVO” Ele não se destacava acima do povo, mas servia entre o povo. Não são só os apóstolos que realizam sinais e prodígios, como ensinam alguns, pois os dons que habilitam para isto (1 Coríntios 12.9-10) são dados pelo Espírito Santo, como lhe apraz, a cada um, individualmente (1 Coríntios 12.11). O Espírito Santo é soberano para determinar quem, como e onde.
Sinais e prodígios despertam os incrédulos para a pregação da Palavra. É a demonstração da autoridade do Reino de Deus. Exemplos: a) A cura do coxo através de Pedro e João despertou os judeus para ouvirem a mensagem de Pedro sobre a salvação em Cristo, com excelentes resultados (Atos capítulos 3-5); b) A cegueira de Elimas que se opunha à pregação de Paulo e Barnabé levou Sérgio Paulo à conversão (Atos 13.6-12); c) A cura de Enéias levou todos os habitantes de Lida e Sarona a se converterem ao Senhor (Atos 9.34-35). Os exemplos podem ser multiplicados. O crente vê porque crê (João 11.40; Romanos 1.16-17; Hebreus 10.38) mas os sinais acompanham os que crêem (Marcos 16.17-18). São importantes hoje como nos dias dos apóstolos para o avanço do Reino de Deus.
Os crentes impactam a sociedade onde vivem pela autoridade do Reino de Deus. Como aconteceu nos dias de Estevão, os sinais e prodígios devem acontecer ENTRE O POVO, através de crentes que exercem os dons espirituais nas células, nos lares, nos locais de trabalho, nas atividades de lazer, com humildade, naturalidade e eficiência. Esses dons são dados para servir e para chamar a atenção para Jesus, para a Palavra de Deus, para o Reino de Deus e não para as pessoas que os exercem.

III – PODER PARA TESTEMUNHAR COM A PALAVRA

As obras, os sinais e prodígios, criam oportunidades para a proclamação da Palavra (Atos 6.9-10). Mais uma vez, a idéia não é de pregação em templos, mas da interação com pessoas no contexto da vida diária. Esta é a grande oportunidade de todos os crentes. Jesus não nos ensinou a convidar pessoas para que venham ouvir grandes pregadores, mas nos enviou para ir e pregar o evangelho a toda criatura onde estão.
A unção do Espírito Santo é essencial na pregação do Evangelho (Atos 6.10). Os religiosos que se opunham não podiam resistir à sabedoria e ao Espírito, pelo qual ele falava. A unção do Espírito é concedida a todos os crentes para que exerçam diferentes ministérios (1 João 2.27; 1 Pedro 4.10-11; Atos 2.17-18). Foram cristãos comuns, dispersos pela perseguição, que levaram o Evangelho até Antioquia, cidade que se tornou centro de irradiação do Evangelho para a Ásia e a Europa (Atos 11.19-21; 25-26; 13.1-3). Regiões do Brasil como Sul de Minas e Norte do Paraná foram evangelizados assim. Precisamos retomar às nossas origens. No contexto urbano, as células são máquinas de guerra, ágeis, velozes e eficazes no combate ao pecado e às forças do mal para a implantação do Reino de Deus.

Conclusão

Com a experiência de Estevão, aprendemos como cumprir a missão integral da Igreja através de obras práticas (diaconia), demonstração da autoridade e do poder do Reino de Deus (sinais e prodígios) e proclamação eficaz da Palavra na unção do Espírito. Essa tarefa não é para alguns eleitos, mas para todo o povo de Deus, através do exercício dos dons, em comunhão, no contexto da vida diária.

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